Brasília (AE) - Uma declaração do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) de que antes dele a comissão dos Direitos Humanos e Minorias era dominada por “satanás” provocou reações na Câmara. Vice-presidente do colegiado, a deputada Antônia Lúcia (PSC-AC), ameaçou deixar o cargo. No mesmo sermão em Passos (MG), realizado na noite da sexta-feira passada (29/03), o deputado afirmou que pastores e padres poderão ser presos caso a lei que criminaliza a homofobia seja aprovada pelo Congresso.
A reunião de líderes que discutiria a situação foi adiada porque o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB), se submeteu a uma cirurgia e só volta a Brasília na próxima semana. Deputados contrários a Feliciano entrarão com um recurso pedindo à Mesa Diretora da Casa a anulação da sessão que o elegeu. Eles argumentam que a eleição não deveria ter sido realizada a portas fechadas e não poderia ser presidida por outro deputado após Domingos Dutra (PT-MA), então presidente, ter renunciado. Será sustentado ainda que Feliciano não tem condições de atender às atribuições regimentais da comissão.
O sermão inflamado do pastor foi feito enquanto manifestantes protestavam contra ele no interior do Estado de Minas Gerais. “Essa manifestação toda se dá porque pela primeira vez na história desse Brasil um pastor cheio de espírito santo conquistou um espaço que até ontem era dominado por satanás”, disse. Ele afirmou ainda que o projeto de lei que criminaliza a homofobia era um risco para as igrejas católicas e evangélicas. “Se o PL 122 for aprovado e for criminalizado qualquer tipo de pensamento sobre o ato deles (homossexuais), nossos pastores serão presos, nossos padres serão presos”.
Antecessores
Os mais recentes antecessores de Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara
>> Deputada Iriny Lopes (PT-ES), em 2010;
>> Deputada Manuela D´Ávila (PC do B-RS), em 2011;
>> Domingos Dutra (PT-MA), em 2012
Os partidos que estiveram no comando da Comissão:
PcdoB – 1
PDT – 3
PT – 10
