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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Uso da ponte para queima de fogos gera polêmica

A três dias do ano-novo, a prefeitura ainda não sabe se mantém a ideia de mudar a tradicional queima de fogos do dia 31 da Praia do Meio para a estrutura da Ponte Newton Navarro. A inovação, concebida pelo secretário Tertuliano Pinheiro (Turismo) em setembro, vinha sendo criticada por quem a considera um transtorno anunciado para pessoas que vão festejar em praias do litoral Norte.
No começo da tarde de ontem, Tertuliano Pinheiro não admitia a possibilidade de mudança. “Os  fogos devem ser lançados de uma certa altura, e em Natal só tem um ponto, que é a ponte”, disse. De acordo com ele, os fogos trazidos do Rio de Janeiro rendem mais quando lançados de alguns metros acima do nível do mar. No final da tarde,  o secretário não confirmou o local da queima e não quis falar sobre o assunto. Ele se reunirá hoje, às 9h, com representantes da Aeronáutica, Capitania dos Portos e Corpo de Bombeiros para discutir a mudança. A Aeronáutica foi chamada para opinar sobre possíveis transtornos também no tráfego aéreo porque a área está na rota de alguns voos. 
Para que a Ponte Newton Navarro seja usada como base para os fogos, deve ser interditada parcialmente a partir de 10h do dia 31 e completamente entre 22h e 01h. A Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) separou 250 cones e 20 fiscais de trânsito para operacionalizar o esquema.  A ponte constitui, junto com a Ponte de Igapó, os dois únicos acessos dos bairros e praias da região Norte ao resto da cidade. No ano passado, quando não houve bloqueios, o tráfego ficou lento nas duas pontes já durante o dia e se intensificou com a proximidade da virada. 

O diretor da empresa de ônibus Guanabara, Fernando Queiroz, procurou a secretária Edmara Gadelha (Semob) para tentar impedir o transtorno anunciado. “A gente que é de Natal sabe que existe uma demanda muito forte de pessoas que vão não só aos bairros, como às praias do Litoral Norte. É muito complicado se pegar uma ponte daquela e simplesmente interromper. Se houver algum acidente, pronto, acabou”. 
Edmara Gadelha disse à TN que não competia a ela decidir o local da queima de fogos, e não quis opinar sobre as implicações da mudança. “Prefiro consultar as pessoas competentes antes de me pronunciar sobre isso”. O secretário do Gabinete Civil, Marco Antônio, negou que houvesse reclamações. “Não fomos demandados nem recebemos manifestações”. Carlos Eugênio, técnico da Semob, considerou que suspender o tráfego na ponte nova poderia resultar “em um pouco de congestionamento”. “Quem quiser ir para as praias do Litoral Norte deve procurar passar um pouco mais cedo. A gente está divulgando e pede um pouco de paciência dos motoristas”. 
O secretário de Comunicação, Jean Valério, tentou explicar. “O que está acontecendo são alguns apelos de pessoas que acham imprudente. O problema é que, interditando ou não, a gente acaba interditando (com o fluxo grande de carros) do mesmo jeito”.