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sábado, 16 de outubro de 2010

Lula diz que campanha de Serra é uma vergonha.



“É uma vergonha a campanha do nosso adversário (José Serra, do PSDB), é uma vergonha o que estão fazendo na internet. Não é a primeira vez em que somos atacados e que vemos preconceito contra a mulher. Isso é histórico e crônico aqui em São Paulo. São ataques inclusive do submundo religioso”, afirmou o presidente. “É falta de caráter e hombridade das pessoas que tentam se aproveitar das outras”, afirmou.
Lula lembrou que, em 1982, panfletaram que sua mãe morava em uma favela de Santos e que ele não cuidava dela. “Vivi isso em 1989, 1994 e 1998. Em 2002, o povo resolveu dizer ‘chega’. E foi contra o Serra”, completou. E ainda fez graça: “Nós passamos tantos anos levando o Brasil ladeira acima e não podemos permitir que na eleição o Brasil siga Serra abaixo.”
Ainda de acordo com Lula, “a gente conhece o outro (Serra) faz 30 anos. Eu conheço essa mulher há 8 anos. E posso dizer que ela é muito mais competente que o outro”.
O presidente criticou ainda a proposta do tucano de pagar 13º salário para os beneficiários do Bolsa-Família. “Falaram 8 anos contra o Bolsa-Família, agora prometem 13º para o Bolsa Família”, declarou.
Lula afirmou ainda que Netinho de Paula (PCdoB), candidato derrotado ao Senado, não foi eleito senador por causa do preconceito contra o negro no Brasil.

Lula x FHC

Já Dilma concentrou sua fala na comparação entre os governos Lula e Fernando Henrique Cardoso. A candidata disse que a população terá de escolher entre dois caminhos. “O nosso caminho vocês conhecem, é o caminho que permitiu comprar fogão, geladeira, que criou 14 milhões de empregos com carteira assinada. Tem de comparar com o Brasil que eles [PSDB] governaram, do desemprego e da desigualdade. Nós não podemos permitir que se dê um passo para trás”, declarou.
Dilma voltou a acusar o ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), David Zylbersztajn, de planejar privatizar o petróleo das camadas do pré-sal, caso José Serra seja eleito.
Dilma, assim como outros oradores da noite, atribuiu ataques que vem sofrendo a “preconceito contra a mulher”. “Sempre apostaram que o governo Lula não ia dar certo, diziam que trabalhador não sabe governar. A mesma coisa comigo agora, acham que mulher não pode governar”, disse. “Mas 67% dos eleitores mostraram que querem uma mulher presidente. Em 2010 a gente vai derrotar o amor e a esperança. Vamos ter, no dia 31, o embate entre o País do amor e da esperança e o País do ódio e do medo. Com a força de vocês eu serei a primeira presidenta da República do Brasil, preciso do voto de vocês”, concluiu.

Religiosos presentes

O evento teve grande participação de religiosos católicos e evangélicos, ainda em uma tentativa para debelar a crise originada a partir da polêmica sobre o aborto. Um dos primeiros oradores da noite foi o padre Júlio Lancelotti. Em sua fala, ele afirmou que a presença dos religiosos era para “afastar o demônio da calúnia e da mentira”. Declarou, ainda, esperar que o “nosso povo seja tratado como quem tem a consciência livre”. O padre encerrou sua participação chamando a população do local para rezar o Pai Nosso.
A ex-prefeita de São Paulo e deputada federal Luiza Erundina (PSB) também discursou. Ela começou afirmando que “aqui é tudo cabeça chata, tudo gente de pescoço curto, tudo nordestino, tudo presidente Lula”. A deputada lembrou de sua campanha para a Prefeitura em 1988. Segundo Erundina, “foi nesta praça que a gente consagrou a nossa vitória. E adivinha quem eu derrotei? O Maluf. E sabe quem mais? Eu derrotei José Serra”.
Também subiram ao palanque o candidato derrotado pelo PCdoB ao Senado, Netinho de Paula, a senadora eleita pelo PT paulista, Marta Suplicy, o candidato derrotado ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante (PT), e o candidato a vice na chapa de Dilma, deputado Michel Temer (PMDB), além de representantes das centrais sindicais e do MST.