Subscribe:

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sindipostos lança site para explicar aumento dos combustíveis em Natal

O Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo do Rio Grande do Norte (Sindipostos/RN) lançou na manhã desta quarta-feira (13) uma página na internet para apresentar a versão dos donos dos postos de combustíveis do recente aumento no preço da gasolina em Natal. De acordo com o site, os donos de postos concordam em pagar menos pelo combustível. "Isso é um sentimento e um direito legítimo de toda a sociedade".
O próprio site faz seis questionamentos sobre o aumento, e apresenta as respostas oficiais do Sindipostos. Os donos de postos aproveitaram para dizer, na página na internet, que "esta é uma questão mais complexa do que aparenta, e infelizmente não pode ser resolvida somente com movimentos em redes sociais ou em vias públicas. Por isso, queremos esclarecer alguns pontos ainda desconhecidos pela maioria da população, e nos unir a este movimento em busca de combustível mais barato para todos, inclusive para nós, que compramos e revendemos".



Seguem as perguntas e as respostas formuladas no site lançado pelo Sindipostos:
1 - Como é formado o preço da gasolina?

O preço da gasolina C é formado por vários itens. O único item que está sob o controle do posto é a margem de contribuição, pois o preço é formado quando o produto sai da distribuidora. Como em tudo no Brasil, existe um encadeamento de carga tributária (PIS, COFINS, CSLL, ICMS, IR e CIDE), que faz com que o consumidor esteja comprando mais imposto do que combustível.

2 - POr que o preço da gasolina aumentou?

O preço aumentou por dois motivos principais, entre outros relacionados às despesas de operação dos postos. O primeiro é que, nos últimos trinta dias, o preço do álcool, que representa 25% por cada litro, subiu 46,76% (fonte: CEPEA/Esalq). O segundo motivo foi o incremento de 2% no ICMS, que saiu de 25% pra 27%, impactando entre 5 a 7 centavos o preço final, dependendo do valor praticado.

3 - Quais os preços praticados pelas distribuidoras antes e depois do aumento?

No mês de março as distribuidoras compravam a gasolina C na refinaria a R$ 2,218 o litro. Em abril este valor subiu para R$ 2,3814, (fonte: Fecombustíveis) fazendo com que as distribuidoras repassem para os postos ao preço de R$ 2,44 o litro de gasolina tipo C (já com a adição de 25% de álcool anidro).

4 - Qual a margem de contribuição média de um posto de gasolina?

Um posto de gasolina possui uma margem de contribuição média entre 12% e 16% (fonte: ANP) sobre o preço do produto, dependendo da sua capacidade de gestão do negócio. É com essa margem que o posto paga salários, capacitação de pessoal em periculosidade, manutenção de equipamentos de monitoramento ambiental, energia, água, limpeza, vigilância, taxas e todos os demais itens que qualquer empresa paga. O que sobra é o lucro líquido do empresário, que investiu seu capital neste negócio.

5 - Por que alguns postos vendem gasolina mais barata que outros?

Cada empresário tem a sua forma de administrar o negócio. Além disso, nem todos os postos agregam os mesmos serviços aos seus clientes. É o consumidor quem decide se quer abastecer ou não num posto que tenha bom atendimento, segurança, não agrida o meio ambiente, seja limpo e bem iluminado, ofereça serviços e formas de pagamento diferenciados, cumpra com suas obrigações fiscais e tributárias e só adquira combustível idôneo e, principalmente, suas bombas abasteçam na quantidade correta (1 litro = 1 litro!).

6 - O Rio Grande do Norte é um Estado produtor de petróleo e por que nossa gasolina não é mais barata do que Estados que não produzem?

Do tipo de petróleo que é produzido no RN, apenas uma pequena parte se destina à produção de gasolina, sendo o restante destinado à indústria química. Para a composição total da gasolina, é necessário ser adicionado um outro componente, chamado nafta, que é produzido numa refinaria do RJ. Por falar em RJ, eles extraem 10 vezes mais petróleo do que o RN e isso não faz o RJ ter preços menores do que os demais estados. O fato de a gasolina ser produzida aqui apenas contribui para gerar royalties para o estado, mas não influencia no preço do combustível.