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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dilma tenta contornar crise política entre PT e PMDB

A presidente Dilma Rousseff chamou ontem o vice Michel Temer e os ministros da coordenação política para tentar abafar a crise envolvendo o PMDB e o PT por cargos no segundo escalão. Em duas horas e meia de conversa, no final da tarde, Dilma e sua equipe cobraram maior diálogo entre os partidos e priorizaram a questão econômica como principal tema de governo.No primeiro dia de trabalho, Dilma se reuniu com a coordenação política para contornar crise política 
No primeiro dia de trabalho, Dilma se reuniu com a coordenação política para contornar crise política
Foi marcada para o próximo dia 14 a primeira reunião ministerial do governo, que ocorrerá no Planalto para discutir a situação da economia brasileira e ameaça de aumento da inflação, além das negociações políticas. No encontro da coordenação, Dilma pediu ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que preparasse um levantamento sobre o quadro econômico. As informações vão balizar ações e encontros da presidente nos próximos dias. Mantega também foi orientado a apresentar uma exposição sobre a crise financeira internacional e seus reflexos no País para a primeira reunião do ministério. 
Em entrevista na noite de ontem, o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, um dos participantes da reunião de coordenação, tentou minimizar a crise envolvendo PT e PMDB pelos cargos de segundo escalão. “Com toda sinceridade, não estamos vendo o que alguns órgãos estão noticiando de crise”, disse. “A relação com o PMDB está muito boa”, completou. “O PMDB é parte importante desse projeto, que é o projeto que está colocando o Brasil em outro patamar.” Ele evitou falar de possíveis medidas de cortes de gastos que estão sendo estudadas pelo governo. Econômico nas palavras, Luiz Sérgio disse que a primeira reunião ministerial, no dia 14, vai avaliar os reflexos da crise financeira no Brasil, normas, procedimentos e metas na área econômica. 
Além de Luiz Sérgio, participaram da reunião de coordenação com a presidente Dilma, o vice-presidente, Michel Temer, o chefe de gabinete da presidência, Giles Azevedo, o ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, do Planejamento,

Temer minimiza divergências entre partidos Brasília (AE) - Sobre a crise entre PT e PMDB na distribuição de cargos do segundo escalão no governo federal, o vice-presidente Michel Temer afirmou ser necessário uma série de reuniões para apaziguar a disputa, mas se mostrou confiante quanto a um entendimento. “Tudo se resolverá ao seu tempo e à sua maneira”, disse há pouco Temer, logo depois de participar da cerimônia de transmissão de cargo no ministério do Turismo, na qual o deputado licenciado Pedro Novais (PMDB/MA) assumiu a pasta.
Essa crise na busca de cargos será discutida em reunião de líderes que o PMDB realizará amanhã, da qual participarão Renan Calheiros (AL), líder do partido no Senado; o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB na Câmara; além do presidente do partido, senador Valdir Raupp (RO). Segundo Temer, “no atual momento tudo exige bastante conversa” com o governo, com o partido apresentando as postulações e esperando os resultados. Raupp disse que a atual insatisfação do PMDB não gerará problemas para a gestão de Dilma Rousseff.

País quer debate na ONU sobre segurança  
Brasília (AE) - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, telefonou na tarde desta segunda-feira para a presidente Dilma Rousseff. Durante a conversa, Dilma adiantou ao secretário que o Brasil, ao assumir a presidência rotativa do Conselho de Segurança, deverá levantar entre os países membros a discussão sobre segurança e desenvolvimento.
Segundo relato do Assessor Especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, Ban Ki-Moon achou a ideia “muito boa”. Dilma e o secretário conversaram por cerca de 15 minutos. Ela também pediu a Ban Ki-Moon que a ONU instale no Brasil, dentro do projeto de Universidade das Nações Unidas, uma escola específica sobre segurança e desenvolvimento social - demanda do Itamaraty e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ban Ki-Moon também felicitou o governo brasileiro pela liderança exercida pelo País na Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti (Minustah). “A presidenta, evidentemente, expressou nossa disposição de continuar exercendo esse papel enquanto as Nações Unidas considerarem relevante”, disse o assessor para assuntos internacionais.
De acordo com Marco Aurélio, Dilma Rousseff está mais otimista com a situação da política interna do Haiti, uma vez que deve chegar ao país nos próximos dias uma missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) para participar do processo de revisão dos resultados das eleições presidenciais e legislativas de novembro que estão sendo questionados.