Os seis candidatos à chefia do Estado português, em sua maioria aspirantes independentes, com pouco apoio para o cargo, consideram-se indispensáveis para salvar Portugal da forte crise econômica e dos profundos problemas sociais.
Nesse clima é que o país realiza o primeiro turno das eleições presidenciais neste domingo (23), com o atual líder conservador, Aníbal Cavaco Silva, disparado nas pesquisas.
Em Portugal, o presidente tem poderes limitados, já que o primeiro-ministro é quem concentra as funções comuns às de um chefe de Estado em outros países. Segundo a cientista política Marina Costa Lobo, os portugueses sabem que “não é o presidente que governa".
- O presidente é um personagem importante, mas não quem soluciona os problemas econômicos. Quando os portugueses observam que o primeiro-ministro vai a Bruxelas para anunciar medidas de austeridade, entendem que o governo decide pouco e o presidente muito menos.
Portugueses demonstram pouco interesse em eleições
Sabendo disso, e preocupados com o crescente desemprego e a pobreza no país, os portugueses demonstram pouco interesse por uma votação que tem como única incógnita, segundo os analistas, o nível de abstenção. Esse, sim, pode bater um recorde.
Em Lisboa, a campanha foi praticamente invisível, sem cartazes ou panfletos. Os principais partidos ficaram relegados a uma eleição extremamente personalizada, em virtude do papel essencialmente moral do chefe de Estado, apesar do presidente ter a capacidade de dissolver o Parlamento.
O principal rival de Cavaco Silva, que segundo as pesquisa tem de 57% a 60% das intenções de voto, é o poeta Manuel Alegre, apoiado pelo Partido Socialista e pelo Bloco de Esquerda, mas que ficaria apenas com entre